Quando acordou estava tudo igual ao dia anterior, estagnado e monocordico, mas ainda assim ela sentia-se diferente.
Em meses que não se sentia tão leve. Os problemas de ontem eram ainda os problemas de hoje e as suas soluções, ou ausência delas, mantinham-se igualmente pesarosas nos seus pensamentos mas finalmente tinha uma razão para voltar a acreditar e tudo ficava mais simples.
Podia tudo permanecer imutavel e no mesmo ponto de viragem e estagnação mas ao recordar aquele velho olhar cheio de promessas era impossível não sonhar. Desde que tudo começou a se despenhar, desde que aquela relação começou a desmoronar na distância dos afectos e da companhia que ela pensou que aquela pupila dilatada de expectativas tivesse desparecido, mas ontem, ela teve um vislumbre dela, por entre palavras e sorrisos daqueles que deixam rugas de expressão no canto dos olhos, ela viu o brilho no olho dele, aquele sentimento que ainda vive como brasa acesa na alma como rastilho no olhar de um sonhador. Ela reconheceu o cotomiço por detrás do homem durão que ele se havia tornado, não ele não estava diferente por dentro, era tudo uma questão de carapaças e auto-defesas, cada um tenta do seu próprio jeito se tornar imune à dor e aquele ar de frieza e indiferença foi o jeito dele.
Ao acordar ela sabia que naquele exacto momento ele estaria já numa viagem de regresso a tudo o que o afasta dela, mesmo assim era dificil não sentir a vontade de esperar que tudo isso ficasse para trás um dia, quando o odor que imanava ainda era o perfume dele embrenhado nos seus cabelos e na sua pele e de olhos fechados conseguia sentir o calor da sua voz então não sobravam alernativas senão acreditar, uma força revitalizante nascera dela, era a certeza que nada nesta vida poderia ser tão leviano e casual, quando olhou para ele depois de meses de incertezase e tortura psicoemocional, quando já duvidada dos seus proprios sentimentos e os racionalizava conseguiu fazer através do silêncio e dum simples contacto ocular o que não conseguiu durante todos esses meses, compreender porque o amava tanto, lembrou-se que era exactamente por ele ser quem é, tão adulto e tão criança, por conseguirem ser dois estranhos a discutir politica, dois amigos a desabafar coisas triviais da vida, ou quando eram mais que isso e se mostravam dois amantes brincalhões, risonhos, cheios duma cumplicidade inebriante, ela escolhia as palavras pensava o vocabulario, sempre assim fora, já ele pensava as emoções , escolhia os gestos, ela dava lhe o impulso enquanto ele lhe puxava o autocontrolo, era dificil explicar como eram leite com cafe, coisas tão opostas e que se complementam tão bem, separados perdem sabor, mas juntos superam-se. Ele representava para ela tudo o que ela idealizava, desde menina, ele tinha uma personalidade feitos de compostos antagonicos, mas que funcionava com acertividade, era ele quem fazia dela mais e melhor, por vezes podiam-se esquecer como funcionar juntos, podiam ser meio estranhos os encontros onde se obrigavam a conviver para alimentar aquilo que ainda vivia dentro deles, mas que proclamavam de amizade, mesmo assim a presença um do outro bastava para a encher de certezas a ela e de duvidas a ele, neste encontros ela racionalizava e ele emocionalizava. Fosse porque fosse algo os mantinha unidos por mais tempo que passasse, por mais pessoas que conhececem por mais distancia que se fizesse sentir, chegavam sempre a este ponto e a cada reencontro algo sempre renascia, mas desta vez ela sentia uma outra paz, uma alegria e uma calma diferentes, como se a tempestade estivesse a passar. Parece que não existe o depois dele? Será? ou será apenas ilusão?
Acreditava que eras a pessoa certa em mil, que não adientava procurar porque te tinha encontrado e amava-te mas e tu?
Será que amas todos os dias? Quando acordo de mau humor e despenteada amas-me? Quando deixo queimar o jantar ou esqueço de fazer o almoço? Amas-me quando estou doente ou deprimida? Quando estou naquela altura do mês ou quando choro cumpulsivamente ou quando cômo de forma desenfreada lambusando-me, sujando-me e sorrindo no fim com aquele pedacinho de comida nos dentes?
Sabes quero mesmo alguém que me ame quando sou eu propria ou quando tudo o que tenho para oferecer é o pior de mim. Alguém que me ame nos meus silêncios, nas minhas birras, na minha tagarelice, nas minhas ironias. Que me ame quando danço mal, quando não paro em casa e quando me isolo. Quero amar alguem que me ame longe e perto, que me ame quando engordo e quando a celulite aparece, que me ame quando aquela borbulha teima em aparecer vermelha mesmo na ponta do nariz. Preciso de amor, mas aquele amor romantico, daquele que gruda, que enjoa, mas que liberta, que faz rir e caminhar sem pisar o chão. O Inverno passou e com ele julguei que a saudade também passaria, mas ela não passou, aumentou, dobrou, triplicou e agora sinto-a de forma sufocante e inebriante, faz me falta aquele nosso amor de cinema, amor de lareira, amor de praia, amor de hotel, amor de discoteca e de padaria, amavamo-nos em todo lado com toda a emoção, em qualquer circuntancia e o que eu queria agora era esse amor, de ficar colado, agarrado, abraçado, sem palavras, com milhoes respirações e batimentos cardiacos suaves embrulhados em cafunés até adormecer. Ama-me de novo e para sempre.
Prometi a mim mesma que não mais te haveria de escrever nem uma linha, prometi no dia em que partiste e não me falaste quando voltarias, prometi quando me contaste os teus planos e não me incluiste neles porque contavas que ficasse sempre aqui de pé como pedra enterrada na terra indestrutivel por mais forte que fosse a onda. Mas quebrei a promessa por dentro no dia em que te confessei que já não estava a tua espera e te vi chorar para dentro, essas lágrimas que enchem os olhos e se engolem na alma, reconheci a minha dor na tua dor e enquanto te confessava que já não era tua senti-me mais tua do que nunca, senti que o destino nos tinha condenada um ao outro, venha quem vier e a distância que for, o teu sorriso está preso ao meu e a linha da tua vida tem um nó na minha.
Não sabemos ser felizes um sem o outro, as pessoas surgem na nossa vida algumas até com intensidade, mas nada dá certo, nada nos preenche de verdade enquanto tu e eu não estamos lado a lado nada tem verdadeiro sentido, é estranho, doentio até, mas quando me abraças nada define o que sinto e o que de certo também sentes porque me o transmites, o medo, a revolta, a resignação, mas o amor, a saudade, a vontade de ficar, as palavras que teimas em calar e que falam mais que os discursos de tanta gente.
Noutras relações preciso de vender argumentos e gastar saliva em debates eternos entre nós são os silêncios que mais falam e sempre assim foi, desde o primeiro olhar por entre a multidão. É inexplicável como mesmo longe no turbilhão desta vida envolvido em incertezas me dás tantas convicções, tanta força, tanta sede de ti.
Tenho um mundo aos pés mas só de ti sinto falta, uma necessidade louca e incontrolável e toda a minha vida aponta na tua direcção de todos os caminhos sem luz que posso seguir só o teu caminho brilha na escuridão dos dias.
Sabes tenho saudades de te prender em mim, de conversar contigo, nesse teu jeito meio calado sempre sabias dizer a coisa certa, e depois tens aquela maneira meia fria e racional de lidar com tudo mas sempre me protegias, me controlavas, me vigiavas discretamente, sem eu dar conta vivias atento a cada passo que dava e mesmo agora basta um suspiro meu que moves montanhas por mim, sem mentiras, sem rodeios, sem omissões só porque me sentes aqui comoe u te sinto mesmo que digamo o contrário estamos e estaremos aqui, poderemos tecer as mais loucas hisorias e juras de amor a outras quaisqueres entidades que surgam na nossa vida mas tudo é ilusório, no fim das contas acabamos sempre sozinhos e no fim de tudo um com o outro. Chamem-lhe Karma, Darma, Destino, seja o que for ou a nomenclatura que tiver a realidade é que no fim de cada dia é teu nome que eu chamo, escondo-me refugi-o, fujo, pra outros nomes, outros corpos, outros abraços outros sentimentos, mas adormeço sempre embrulhada nas nossas memórias e em como me fazes falta, ninguém é tão perfeito como tu, me valoriza como tu, me enche como tu. então digo te numa prece sentida ... volta. Volta para mim. Volta rápido. Toda esta ausência se tornou insustentável, nem contigo (pela metade), nem sem ti. Finjo que esqueço o teu nome mas é na solidão das horas que te procuro e percebo como por mais que finja és tu quem me dá alento e me motiva para tudo o resto na minha vida, pequenas injecções de felicidade que me estimulam para conseguir sorrir por semanas. Até já meu amor, aqui te espero como ontem, como hoje, como sempre (faça as confissões que fizer).
o que fizeste com o nós?
embrulhaste e mandas-te directo ao remetente?
inventamos juntos esse nós e tu acaba-lo sozinho?
finges diariamente que os sentimentos já não te enchem o peito
mas a saudade é tua dona
podes até
mentir
omitir
calar
fingir
inventar
apagar
engolir
mas no fim do dia
de cada dia
ela nunca te deixará só
crias e recrias um mundo só teu
foges do que foste pelo medo de não voltares a ser
esqueces-te que tudo o que foste ainda és
mudam as horas e os dias
atravessam-se oceanos e desertos
mas o que sentes continua vivo em ti
e o que viveste continua lá no passado a fazer-te lembrar
não consigo acreditar nessa tua vida louca
nessas relações de conveniência que assumes
porque de que servem palavras ou atitudes quando estas se contradizem
conheço o teu olhar,
o teu tom de voz,
as tuas expressões
e aquelas rugas que te aparecem aqui e ali e facilmente te denunciam
conheço o aperto dos teus braços,
e a forma como sorris
e como pode alguém que conheço tão bem me iludir?
na verdade nem tentas
mas tortura ver como nos escondes do mundo com medo que o mundo te fuja
tens panico de ficar sozinho, de caires sem perceber que por mais longe que os meus braços estejam sempre vão estar perto o suficiente para te ajudar a levantar e jamais estarás só porque estarei sempre aqui, tu és o meu sitio, a minha casa , o meu unico lugar e por isso por mais voltas que dê sempre regressarei a cada anoitecer para ser para ti também um porto seguro e o aconchego do lar, és tu quem sempre falta naquela foto, és tu quem sempre o coração lembra ao ouvir aquela músic, és tu de quem sempre se fala nas jantaradas ou nos cafés, estás presente porque nos fazes falta, porque me fazes falta.
sem ti respiramos da mesma maneira, comemos da mesma maneira e tambem dormimos da mesma maneira, mas quem vai rir das minhas piadas? e quem me vai fazer rir com apenas um silêncio? quem vai aprovar e reprovar as minhas loucuras?
Neste ponto sem retorno sei que estamos cansados demais da distância que nos fez conjugar o nós de forma tão diferente, e talvez pouco ourtodoxa, mas falta tão pouco para desistirmos agora, tudo o que vi longe de ti contar-te-ei até te sentires os meus olhos e tudo o que viveste sem mim me confidenciarás até sentirmos que o vivemos juntos e aí vamos poder recomeçar, pois acredito que vais voltar.... acredita comigo.
Já está tarde, o galo já canta ao longe e o dia já começa a querer nascer na minha janela, mas a lembranca do teu rosto não me deixa adormecer, talvez por isso esta necessidade de te contar que ainda guardo na minha pele o cheiro da tua pele e nos meus lábios o sabor da tua boca.
Fecho os olhos e rebolo na cama, na memória dias felizes, uma outra felicidade, uma felicidade contigo, onde era só tu e eu, o teu sorriso e a minha gargalhada, a tua musica e a minha dança, o teu corpo e o meu prazer, os teus silencios e as minhas palavras, o teu olhar e o meu olhar, simples, fácil, tudo acabava e começava em nós, parecia fragil, soluvel, de consistencia melindrosa ... quem haveria de dizer que era tão consistente, tão alicersado.
Nós somos feitos do mesmo material que são feitos os sonhos, começamos do nada, demos vida à cinza e ela voou nos ceus como fenix. Foi devagar, eu tinha medo e um passado que assombrava, nao acreditava em promessas, nem em palavras, entao tu vieste devagar, e sem acordar os fantasmas limpaste o velho sotao empoeirado de velhas es gastas recordaçoes, que magoavam, nao prometeste nada, foste apenas cumprindo, mostraste-me o mundo sem falar, a essencia eram os gestos, os olhos negros que chegavam fundo na minha alma.
Até hoje ainda nao compreendi como me conquistas-te, como conseguiste entrar no meu mundo tao bem fechado, rompeste com fronteiras, muros e armaduras apenas com beijos e ternuras, simples e de simplicidades construimos isto a que um dia poderemos chamar de amor literario, pois a nossa historia e este sentimento amachucado, seria inspiraçao ao mais belo romance, daqueles que ficam no fundo da parteleira empoeirados, livros grossos de mil folhas velhas e amarelas, que contam sorrissos e lagrimas.
Tu para mim és o meu melhor sorriso, o brilho no olho, a paz, a unica forma justificavel de morrer é nos teus braços e isto parece melancolico e dramatico mas na verdade é terno é doce, é disto que é feita a felicidade, do sossego que a tua alma me dá, em ti encontrei o meu sitio no mundo, sem ti nenhum sitio é bom o suficiente, nao recordo se algum dia me senti assim de verdade, pois tu apagaste tudo o que existiu antes de ti, e se bem me contam os velhos diarios tive amores bem intensos, mas nós nao somos intensos, somos leves como brisas. Se me pedissem para nos definir a nós ou a este sentimento, escolheria uma paisagem... um prado verdejante ao fim de um dia agosto, ao longe o barulho da agua a correr no riacho, os passaros nas arvores a chilrear enquanto outros passeavam nos ceus ja de varios tons entre as nuvens de algodao, as brisas quentes a agitar ao de leve as arvores prometendo esse outono que chegava ... ou um dia de inverno, uma sala enorme e uma lareira acesa, enormes vidraças e a chuva a bater nelas intensamente, uma taça dum qualquer liquido quente nas maos e uma manta a embrulhar-me o corpo..(o que se sente em dias assim? é exactamente isso que sinto no teu abraço ... a calma, o conforto, a quietude, a paz).
Nao es fogo que tudo consome e no fim deixa o vazio, só a tua ausencia tem esse efeito, nao es como como morrer afogada, és o ar que ajuda a respirar, nao és o meu pior mas o meu melhor, por isso me sinto assim no tic tac frenetico das horas de espera, de silencios, de vazios, de ausencias, de solidao.
Sempre chorei ao ver um filme de amor, ou quando a mama me embalava com historias de encantar, nunca pensei um dia viver uma de verdade, achei q essas paixoes eram tao diferentes do que realmente sao, tao magico, tao intemporal, tao natural.
Um amor assim é feito de pequenas coisas coisas que fazem rir e chorar.
Anciosa pelo teu regresso, já falta pouco, viras diferente, já nao es de certo o mesmo homem, o mundo muda-nos, mas rapidamente de lembraras quem es quando te encontrares em nos.
Até breve, de portugal com amor.
Eu sei que tudo passa pois sempre tudo passou e diz quem sabe que sempre tudo passará.
Mas tu pareces viver tatuado na minha pele, fogo que queima na carne até às entranhas e parece que não há no mundo quem me possa preencher, dar tudo o que um dia me deste.
Não sei se a culpa é minha, se sou eu que me fecho ao mundo ou o mundo que se fechou a mim, mas ninguém parece capaz de chegar tão longe como tu.
Caminho sozinha nas ruas, avenidas cheias de rostos, de vidas tão distintas, cruzo-me com as pessoas nas praças, nas esplanadas de café repletas de gente, gente que ri, que chora, que grita, que cala, que vê, que lê, que ouve, que fala, que mente, que se ilude e são como histórias que eu poderia narrar, pois vageio como fantasma, corpo transparente que apenas observa a vida, mas quando chegas de mansinho e reentras nos meus dias, sinto-me a voltar a viver, sei que algures existe alguém a olhar para nós e observar a nossa história como eu observo as dos outros quando não estás, pois sem ti tudo parece que existe em slowmotion, em mute mas com banda sonora diferente a cada estado de espirito, é como filme do qual não faço parte e só contigo consigo sentir, respirar e entrar na tela.
Ninguém consegue nunca fazer cheio o vazio que deixas para tras a cada despedida e agora que trocaste o ate já por um adeus, levaste de mais de mim contigo, deixaste o nós cair no chão e ele se quebrou.
Tento conversar, tento deixar entrar novas vidas na minha vida, mas elas nunca passam da porta, são uma sombra do que foste, do que és.
Contigo mesmo apesar de todas as curvas da nossa historia, ainda me sinto rainha, sinto-me especial na vida de alguém, na tua e isso chega para sorrir e tudo valer a pena, mas quando partes, a minha respiração não importa a ninguém, talvez nem a ti importe mas gosto de pensar que sim, pois todos os momentos batem na memoria do coraçao, quando os teus olhos humedecem.
as ondas a rebentarem na areia, um farol ao longe, o frio do vento a sentir-se no corpo, mas as nossas bocas unidas sob o luar, o quente da tua carne na minha carne
um carro mal estacionado, o perigo da noite, a radio toca baixo, o coração palpita alto, a minha cabeça no teu peito, a tua mão no meu cabelo, a lua, as estrelas, as luzes da cidade, a nossa paz
um jantar, um silencio, a cumplicidade dos sorrisos, uma serenata para dois amantes, nós dois e uma balada para nós
dois copos de vinho, uma fogeira, uma tempestade a rebentar nos vidros, a nudez, o calor, o toque, as dúvidas conjugadas em certezas
uma cozinha, uma praia, um carro, uma varanda com vista para o paraiso, uma cidade vazia, os silêncios, o abraço apertado, o sussuro ao ouvido, os olhos cheios de agua
uma noite longa, muitos copos vazios, uma cama, palavras confessadas a medo, promessas
um despertador que sempre toca cedo de mais, um hospital, o conforto, o cuidado, uma musica, um abraço, um quarto
um cafe, muitos cafes, um jantar, muitos jantares, chuva, sol, noite, dia, filmes, concertos, danças, viagens, sonhos partilhados, promessas esquecidas, promessas quebradas, medos, pedidos, sonhos, pouco sono, muitos risos, correrias, jogos, descobertas, um mundo novo, ciumes, conversas, fotografias, massagens, loucuras
deste-me muito
deste-me demais
deste-me o brilho no olho
deste-me uma nova vida
e deste-me no fim a solidão
abro coração e ninguem entra pois transbordas em mim
eu tenho o teu perfume no meu corpo
teu olhar no meu olhar
sou reflexo de ti e do que fomos devagar
esta distância que nos mata a cada dia mais, mas que nos faz mais fortes a cada segundo
a vontade de mandar tudo pro ar e correr atrás de ti
não se justifica ver-te partir quando o meu lugar é ao teu lado
e se morrer que seja nos teus braços pois lá morrerei a sorrir
fizeste de mim um velho disco riscado, sem graça, monocordico, basso
mas tambem fizeste de mim um cotomiço, que dança na rua, que adormece sorrindo e acorda sorrindo, deste me a liberdade mesmo prendendo-me em ti, pegaste no barro e moldas-te até fazer gente
fico frustada nos dias em que percebo de como estou sozinha, compreendo no fim que não estou, porque te guardei em mim, mesmo que não te consiga sentir, sinto as nossas recordações e sobrevivo delas, corro para o nosso mundo, porque nele te sinto mais perto, te sinto ali ao meu lado nas expressões da tua irmã, na postura eximia do teu pai, no olhar doce da tua mãe, sinto-te ali ao meu lado nos abraços dos teus amigos ou quando brindamos, quando me protegem, sinto-te ali quando estou nos nossos sitios porque mesmo que nunca mais voltes esse sistios serao sempre nossos e trarao sempre para mim de novo e de novo
Não me vou esconder noutros corpos por nao te ter, tu és o meu corpo
Vou reaprender a viver sozinha eu lembro que já o soube fazer antes de me convenceres a ser tua
Não preciso de me refugiar em noites de sexo para me encontrar como mulher
Eu sou especial tu ensinaste-me a valorizar-me e isso não vou esquecer e vou continuar a ser mais e melhor, talvez um dia tu regresses ou quem sabe se talvez um dia não tenha de ser eu a partir e se tiver de ser será, porque a vida é mesmo assim, cheia de encontros e desencontros, mas há pessoas que vieram para ficar e tu quando chegaste à minha vida não creio que tenha sido de só de passagem mas se for fizeste de mim algo melhor que aquilo que encontras-te
Perco-me na tua ausencia, mas reencontro-me na minha essencia, peço-te que não me deixes esquecer pois quando o fizer será de vez e nós fomos feitos para lembrar e não para esquecer.
Conta-me como foi que chegamos aqui a este silêncio mórbido, esta incongruencia de sentimentos e pensamentos.
Tu já não és tu, o teu olhar tão distante e o teu sorriso tão vago e ausente, chegaste mas é como senão tivesses trazido a tua alma contigo, sei que a trouxeste pois ainda vejo lapsos dela em breves instantes, quando me apertas mais forte, quando me prendes em ti e consegues reproduzir o teu velho sorriso.
Hoje fazer-te sorrir daquele jeito tornou-se numa vitória pessoal e trazer-te para o mundo real uma alegria inquantificavel
Mas apesar de cada mudança em ti, ainda te reconheço, quando consigo entrar no mel dos teus olhos eu te reencontro e me reencontro em ti
E é sem duvida esse reconhecimento que me faz querer lutar por ti mais do que por nós
Quero roubar-te dessa apatia, quero que voltes a confiar, a te entregar
Enquanto caminhamos os dois sozinhos pela madrugada as nossas presenças tornam-se contrangedoras, pois os nossos pensamentos falam mais alto que as palavras
Mas por aquelas ruas com o frio húmido da chuva no corpo fico feliz por te ter de novo ali, mesmo calado, mesmo tão ausente
Vejo nos gestos e sinto nas poucas palavras que proferes que também estás feliz por me ter ali de novo ao teu lado, mas com isso todo o teu mundo se baralha
Tiveste de reapreender a viver longe de tudo o que amavas e recriaste uma vida tão longe daqui, mas com a tua chegada ouvi todas as tuas construções se desmoronarem e o teu mundinho de cartão se inverter e ficar de pernas pró ar, percebo que te interrogues o que fazer, que rumo tomar
Se te conseguisse falar sobre o brilho artificial deste candeeiro que te ilumina o rosto nesta noite escura enquanto páras e me olhas em segredo, eu te diria para esquecer todas as falsificações e construções que aqui é e será sempre o teu lugar.
- olha-me fundo nos olhos..
-deixa-me agarrar-te para te prender em mim
-diz-me agora aonde pertences..
-confessa-me se mais alguma coisa faz sentido e se o tempo não parou neste momento
Tenho vontade de fazer amor contigo aqui mesmo, neste chão molhado, com as estrelas como tela de fundo, os sons que se confundem seriam abafados por orgasmos de certezas de que só juntos fazemos sentido
Sem mas nem porquês, sem pudores pois afinal o mundo para de girar quando estamos juntos
Dói tudo isto não passar de vontades e desejos arquivados
Dói ainda mais ver-te partir mesmo que seja apenas um misero par de kilómetros
Doentio pensar em respirar sem ti, então não me peças para o fazer para o resto da vida
Quando fores de novo para o outro lado do oceano, vai, vai mesmo
Mas quando voltares, volta inteiro, volta completo, volta tu próprio e volta de vez
Se me perguntares se accredito que somos fortes os suficiente e que vai ser diferente desta vez.
Direi que sim, e se me perguntares porquê, te direi que o faço por instinto e o farei quantas vezes forem necessárias, até vencermos, pois só depende de nós.
Mas se a vida for como esta estrada de paralelos em que agora caminhamos, não tenho duvidas que pertencemos um ao outro apenas nos desviamos no próximo cruzamento e seguimos sozinhos, mas em outro cruzamento da vida nos vamos reencontrar e caminhar juntos.
No fundo por mais que me queixe do silêncio sei que precisamos dele, mas deitado um ao lado do outro no calor dos corpos apenas a pensarmos, assim ficaria mais facil ter força e certezas.
Não programei nada disto,
mas no fundo sempre soube que aconteceria,
não sou bruxa,
nem vidente,
nem pessimista,
nem coisa do tipo
mas gosto de ti
só te quero a ti
sentia cá dentro porque te sinto em mim
e pressinto este sentimento
que nos une ou desune
talvez em tempo incertos
ou talvez certos
que nem distancia
nem agoiro apaga ou diminiu
isto a que alguns chamaram de sexto sentido ou telepatia
ou baptizem como quiserem
chamem-lhe os palavroes que vos apetecer
mas sei que é essa coisa que me dita o que fazer
não é força magnetica
pois nem sempre me leva a ti
por vezes afasta-me
por vezes repele-me
mas sempre me move
é uma força que vem de dentro e dita o o caminho
avisa o coração daquilo que os olhos nao vêem
me conduz na escuridão dos teus silêncios vãos
ou das tuas palavras que me deixama mim numa escuridão maior
quando me roubam a direcção
vejo no espelho o meu reflexo
pareço louca
meio insana
corro quando devia tar parada
e paro quando devia correr
apenas porque sigo o que sinto
não há logica nessa merda
as emoções controlam-me enquanto me descontrolam
pergunto à razao o que fazer
e ela me manda escutar a alma
uma voz mansinha e sussurrante
que chega ao coraçao em batimentos sincronizados
por vezes leves
outras vezes acelarados
uma voz que se impoe nessa força que dita caminhos
talha planos de batalha
duma guerra onde só o coração me promete vencer
tento respirar nesta loucura de lágrimas e sorrisos
é o medo que inspiro
mas quando é expiro é esperança que vem
transformei me numa cega maquina que vira medo em esperança
numa luta desigual
para ser racional
penso em desistir
confesso
mas o teu sorriso vem à memoria
sinto na lembrança a dormencia dos membros no teu abraço apertado
e fico incapaz de te soltar
promessa é promessa
e eu prometi que não te iria nunca largar
se o marinheiro não precisasse do farol ele não existiria
se o mar fosse sempre ameno
e o nevoeiro nunca encobrisse os horizontes
o barco veria sempre a terra firme
por isso o homem criou o farol
para o guiar nas noites mais escuras
nos nevoeiros mais intensos
nos oceanos revoltados com ventos vorazes
então só agora percebo o que significa ser farol
significa brilhar sem perder a fé
esperar até conseguir guiar
tu não perdeste o norte
apenas lutas pra cá chegar
Eu que já tanto lutei por causas menores
sem consistência
nem valor
que não me posso
que não nos posso
fazer pagar o preço dessas outras causas
és e somos uma causa diferente
chegamos até aqui
construimos na distancia o que tantos não conseguem criar vivendo perto
e agora a metros da meta
parece mais louco desistir do que continuar
se vale a pena?
pago pra ver
lanço as fichas todas em cima da mesa
aposto nessa força orientadora
e num tal de destino
o que vai acontecer é uma incognita
mas depois de tudo so pode valer a pena arriscar
Bastava uma palavra para o mundo voltar a girar
É esta sede compulsiva de ti
Esta fome de afecto que não cessa
Esta vazio que cega, ensurdesse e cala a voz
O frio, o calor, o desalento
A apatia dos sorrisos contrapondo-se à facilidade das lágrimas
Nas paredes, no versos das músicas de sempre
O teu nome elevado ao expoente máximo da loucura,
Onde se define na indefenição de não saber se é contigo ou sem ti que não consigo viver.
Ensina-me a respirar neste passar moribundo dos dias de ausência
Neste estar sem estar
Neste gargalhar sem sentir o riso
Neste enlamear de baladas que te recordam, que me recordam de ti
Fico sem saber se ainda estás aqui, quando já nem em mim te encontro
Vejo e revejo as memórias que eram nossas
Para me certificar que no meio de tanta insanidade tu exististe em mim
Tu nasceste em mim, fizeste-me tua e fizeste me nascer em ti, criando um nós
Esse nós vago, incoerente, doente, febril mas feliz, tão feliz
Aquele nós que se fez gente por entre quilómetros de medos e oceano
E que agora não é mais que um ponto de interrogação estratégicamente colocado mesmo antes do começo da frase
Porque mesmo antes de pensar
Ou formular
Ou reformular
Antes da frase ser pergunta
Já lá está sentida e vivida aquela interrogação
Quem somos? Ainda somos? Seremos? Ou já nem sequer este misero plural tem razão de viver...
Eu e Tu ainda somos uma soma de duas pessoas que resulta numa só alma elevada ao quadrado
Mas nesta conta matemática
Somos aquela que se complica e se transforma numa daquelas equações de terceiro grau cheias algoritmos e incógnitas
As parcelas ou direi antes parceiras exteriores se dividem e multipliquam e no meio de tanto rabisco fico sem conseguir perceber o resultado
E não há calculadora que nos salve
Diz-me tu em palavras mansas que sexo é sexo e tesão é tesão mas amor será sempre amor e é mais que emoção, que qual clarificação
E que no fim deste exame de acesso a sei lá o quê
Voltaremos a descomplicar
E seremos de novo uma conta de somar elementar
Em alguma hora será hora de parar de complicar e começar a descomplicar
Nem que seja num bye bye
"Temos sempre Paris"
Até nos filmes nem sempre o final é feliz
Não vejo a minha vida sem ti
Mas tantas são as vezes em que já não a vejo contigo
Não me lembro quem sou, ou sequer se sou
Para que estou
Se todos temos uma missão qual é a minha?
Não consigo sentir fora de ti, não sei quem era antes do 3 de Dezembro daquele ano
Mas eu vivia, eu resistia e eu sorria
Eu cantava, eu amava, alegria eu snifava
Tu mudaste o meu mundo, fizeste-me pensar diferente e agora não sei o que pensar
Talvez vivesse À espera de me encontrar e me transformar
Tu surgiste do nada, por entre o nevoeiro (das luzes)
Tal cmo D. Sebastião
E foste a promessa consagrada à razão
Foste a esperança feita lição
E agora?
Pensei que fosse forte , bem mais forte
A tal coragem de leão
Mas afinal sou como papel
Frágil
Pouco ágil
Não resisto a um vento mais intenso
Que fará a balas de canhão
E isto tudo porque o tempo me rói
O coração mói
Inspira
Expira
Antes que expluda com a distância
Na anciedade de perceber se o teu abraço realmente cura
Cansada de deitar sozinha
Acordar ainda mais sozinha
Sonhar contigo e acordar sem aquele bom dia feito sussurro no ouvido
Já não me sinto uma princesa muito menos a tua princesa
Sinto-me viciada
Uma drogada
Arrastada pelo corpo e pela alma para as teis de um vicio que me destrói
O meu vicio é o teu amor
Mas a droga és tu
Não tenho fome, nem sono, nem sede, nem essas necessidades banais do comum mortal
Essas necessidades só de nós
Não apetece sair
Nem há forças para lutar
Alguém me traga uma seringa de abraços teus
Comprimidos de palavras doces
Saquetas de beijos
E me perdoem os verdadeiros agarrados, que bem sei ser mesquinho este meu dilema
Mas se amor mata eu vou morrendo e resnascendo aos poucos
A cada gesto, a cada palavra tua
Num barco contra a corrente não posso remar sozinha
Se não pegares no remo eu vou manter os braços cruzados e ficar vendo o barco ir
Vou chorar se perceber que todo o esforço foi em vão
Mas tu foste e serás sempre toda a razão do meu partir
Talvez estejas a pensar em mim, mas tens de o dizer, senão nunca vou saber
Tenho vontades, não o dom da advinhação
Apenas me assite por vezes a mestria da telepatia, mas isso apenas porque tu és tu e eu sou eu
Faz-te homem, faz-te gente e faz-me bem
Vem fazer-te presente e extremina com esta minha anciedade
Com este panico filosofico do "ser ou não ser eis a questão"
Se pudesse estaria aí
Se pudesses estarias aqui
Mas não podemos há mais compromissos que euros, mais responsabilidades laborais que cifroes na conta bancaria.
Então liga, escreve, mostra-te, fala, escuta, reenventa-te e reenventa-me
Não me deixes aqui a pensar em ti embrenhado noutros corpos , preso noutros movimentos, longe de tudo o que é certo
Faz-me tua mais uma vez, como tu sabes fazer, recorda-me quem sou e como sou
Mata-me esta vontade e instabilidade
Mostra-me o que fazer com esta saudade
Já fiz bolos, já li livros e vi tv
Fui ao ginásio e fugi para a noite
Mas em cada sitio que estive, durante cada coisa que fiz,
em algum momento essa saudade voltava
ela sempre arranja um jeito de me encontrar
talvez seja através do meu batimento cardiaco meio desconexo
e eu fico vagueando por aí remoendo no vazio que deixaste
por isso eu peço: me ensina o que fazer com a saudade
tu pareces tao desprendido dela
pelo menos nunca me falas, só quando vais embora e confessas como ela tambem nunca te deixa sozinho
secalhar é mesmo isso..
fazes da saudade companhia nas noites quentes de eterno verao
vou lhe pedir para no inverno que se aproxima quando ela vier me trazer calor junto com a solidao
que pelo menos me aqueça o coraçao com as nossas memorias
este ano passou tao depressa
parece que ainda foi ontem que olhei para ti a primeira vez e algo me fez olhar a segunda,
o mesmo algo que te fez vir atras e que me fez a mim ir atras depois
e que nos fez querer ficar
ó meu amor vem me mostrar o que fazer com a saudade...
do nosso beijo
do nosso primeiro beijo
do teu abraço
aquele abraço
da nossa história
saudade de te conquistar a cada gesto
de dançarmos e fingirmos ser os reis das pistas
saudade de rir contigo
como nós rimos, por vezes sem motivo basta um olhar que outro não espera
saudades de falar contigo com a minha desinibiçãodo começo e tua desinibição de agora
passou tão pouco tempo desde que me deixaste aqui sozinha no entanto para mim os meses parecem anos
seria hilario ou comovente senao fosse comigo
senao me sentisse sem graça longe de ti
pois tudo o que faço vai ficar incompleto
nem acredito que existia antes de ti
parece anedota dizer que não preciso de ti para ser feliz
parar sorrir, para comer e dormir
para bailar, para beber e me divertir
nem para respirar, nem par dormir ou ter prazer
mas em cada coisa queria te comigo
e se imaginar tudo parece continuar sem graça
mas se lembrar eu sou feliz por inteiro,
nostalgicamente feliz
me ensina a brincar com esta saudade ou volta de uma vez
para não ter de a sentir sem poder correr pra ti.
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