{ Quando eu era pequenina, acabada de nascer.
Ainda mal abria os olhos,
já era para te ver.
E quando eu já for velhinha,
acabada de morrer.
Olha bem para os meus olhos, ainda são para te ver.
- quando era pequenina de Amália Rodriguez }
Cafés frios.
Palavras vagas.
Olhares disformes.
Sorrisos afectados.
Posturas convenientes.
Dias longos.
Noites curtas.
Horas vazias.
Ausências homicidas.
Presenças vulgares.
Vidas desconexas.
Corações de papel.
Sentimentos insanos.
Almas depidas.
Existências masoquistas.
Cigarros apagados.
Beatas caídas.
Seres alados.
Pessoas imperfeitas.
Despedidas destruídoras.
Regressos frágeis.
Sonhos de cristal.
Desejos plastificados.
Vontades repreensíveis.
Esperanças em pedestal.
Crenças vitais.
Certezas invulgares.
Beijos perdidos.
Abraços distantes.
Arrependimentos que matam.
Decisões infernais.
Passado inesquecível.
Presente enferrujado.
Futuro nublado.
Lutas diárias.
Necessidades reais.
Saudades que atafegam.
Memórias distorcidas.
Lágrimas corrosivas.
Esperas infinitas.
. ...
. Pensamentos de um louco -...
. crónicas de um amor ausen...
. Crónicas de um ressacado ...