Um dia decidi seguir em frente. (desisti de ti).
Mas depois o meu coração bateu o pé, fez birra. (negou-se à minha vontade de te esquecer).
Não o percebi.
Tentei seguir com aquilo a que me tinha proposto, mesmo quando isso significava ir contra o meu coração.
Neste tempo em que o meu objectivo era te manter afastado foi da época da minha vida desde que nos conhecemos em que mais próximo te senti de mim.
Deixei cair tudo por terra não valia a pena continuar numa luta desigual entre o medo e os sentimentos (que eram insoluveis).
E mais uma vez havia abdicado de algo em prol de uma pessoa que eu num julgava merecedora de tal ...então chegou a tua vez de me surpreenderes, e do nada, de súbito disseste o que nunca pensei que dissesses, não agora, não assim, não desta maneira, mas tu disseste-lo, é o facto. Então aí ensinaste me a reacreditar em histórias cor-de-rosa e em finais felizes. Hoje acredito que crer é poder. Ainda há muito que pedalar e tanto para cultivar se quisermos recolher algo no futuro mas acho que o primeiro passo foi dado e estranhamente por ti.
Percebi então a recusa outrora do meu coração.
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quise'ssemos, trocar beijos e abrac,os e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o o'bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
E o meu Halloween foi assim....uma noite memorável.
No fim sobrou a nostalgia "do acabar" e a euforia da galhofa e esta vozinha irritantemente rouca de desenho animado qase afónico.
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