E aqui estou eu mais uma vez mais pensando em ti.
Seria tão mais fácil desistir de nós dois.
Tão mais cômodo deixar de pensar.
Mais seguro parar de sentir.
Mas em noites como esta onde não sei se faz mais frio do lado de fora da janela ou do lado de dentro do meu coração, que eu sempre me encontro pensando em ti, lutando por nós contra tudo o que nos afasta.
Porque este amor não pode acabar, não agora, não aqui, enquanto eu ainda precisar de ti.
No entanto tem tantos dias que tal como hoje eu me sinto tão cansada e digo pra mim mesma que tudo isto só pode estar errado, que este não é nosso tempo, nem lugar, que talvez nem seja esta a vida que nos fará ser felizes juntos, pois foram tantas brincadeiras, tantas conversas, tantas risadas, para agora nem sequer conversamos. Preciso do teu colo para sentar e sossegar a alma, mas tu não estás, talvez não estejas mais. Mas tudo bem.
Na carência dos dias procurarei todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções, noutros corpos e corações.
Quero colo, beijo, cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero presentes, quero a ti bem perto de mim, porque sem ti nenhum corpo ou coração me consegue preencher e prevalece o vazio frio dos lençóis, no silêncio da minha vida.
Sabe aquela vontade de te abraçar e ficar ali por horas? Pois é eu sinto essa vontade todos os dias. Por isso tenho a certeza que te amo, mesmo quando te nego, quando te deixo ir (sem sequer pedir para ficares), mesmo não te olhando mais nos olhos, nem ouvindo a tua voz, mesmo não sendo mais parte dos teus dias e vivendo longe, eu te amo. E amo mesmo. Mesmo sem saber amar.
Mas tu não vês. Não vês, não enxergas, não sentes.
Simplesmente porque não queres ver.
Ver a mulher louca que sempre fui por ti, que mesmo tão cheia de defeitos sempre fui tua. Sempre só tua, porque sempre te quis só meu. E tu, cego, surdo pela procura de alguém que me pudesse superar, fingiste não notar, evitaste sentir de volta, enquanto me congelaste a vida na esperança de voltares enquanto conferes uma e outra vez essa procura e acabas sempre por voltar, por não conseguires esquecer, poque mesmo sem adimitires eu sei que te vais sempre lembrar de mim mesmo quando não queres e um dia irás descobrir que toda a tua procura esteve na louca que sempre ficou aqui do teu lado.
Como pode isto acontecer comigo, eu que não gosto nunca de nada, gostei tanto de ti, chegando à humildade máxima que alguém pode chegar a de confessar a um ser humano que precisa dele para existir, que enfrentaria o mundo inteiro só com uma mão, se ele lhe segurasse na outra.
As palavras que escrevo não conseguem exprimir toda a insanidade que vive em mim, nem suportar todo o sentimento.
Escondo a minha fraqueza atrás duma fortaleza que não tenho, são muralhas feitas de cartão.
Fico mais vulnerável a cada queda, mas não posso parar, não consigo parar, porque parar é desistir de nós é dar-nos como um caso encerrado, e dói demais consciencializar-me que tudo acabou, recordar todos os momentos e saber que não voltarão jamais. Não posso sequer regressar ao passado para voltar a vivê-los apenas uma vez mais e a vida perde toda a graça.
Voltou a doer respirar, ficar acordada quando tenho de ficar longe de ti. Desde que saio de junto de ti começa a contagem decrescente para o próximo encontro que ainda desconheço a data. Sem exageros, sem metaforas, a verdade é que agora de novo como no inicio sinto que sem ti não vivo, amor, obcessão, carencia, és a minha necessidade porque nada é suficiente. Saturada que te tentem substituir num lugar que sem esforço conseguiste alcançar, saturada de ter dos outros um esforço que queria que fosse teu. Sinto um desespero no peito que sufoca a cada hora que passa sem uma mensagem tua e é a raiva que me consome quando te sinto preso noutros corpos. Tenho tanto pare te confidenciar enquanto me consomes nessa indiferença, nessa ausência destrutiva.
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