Eu não entendi quando tu me pegaste na mão e tudo pareceu diferente.
E como chegamos até aqui onde tento dizer as palavras erradas e calar as certas.
Não entendi como quiseste entrar na minha vida e o porquê de eu ir deixando.
Não entendi o primeiro beijo e vontade que tinhamos de o eternizar.
Do mesmo jeito que agora não entendo como a saudade pode magoar tanto, já não me lembrava de como é dificil conviver com a ausência dos vivos.
Logo eu que já me tinha acostumado a querer uma vida ao lado do primeiro amor e só agora percebo como depois de ti isso deixou de fazer sentido, ele será sempre o tal, o mais especial, o eterno nesta frágil memória e neste coração feito de cartão, mas quando me olho por dentro, nos mais doces quereres és só tu quem importa, só nós.
Ao pensar no futuro só o teu nome ecoa e eu questiono porque fui deixar isso acontecer comigo, tu que eras só um amigo e agora eu quero mais, quero tudo mas nem sei como pedir ou como contruir o resto que nos falta.
Os dias passam mas não passa a vontade de voltar atrás e reviver os nossos momentos, não para os fazer mais e melhor, apenas para poder viver aquela felicidade e te poder viver a ti também de novo e de novo e para sempre.
Mas o máximo que consigo desse retrocesso são os sonhos, os pesadelos contigo toda a noita, todos os dias, e a dor de acordar e te querer por perto, tão perto que desse para abraçar, pra agarrar e te sentir e pior que isso é saber que para a semana podes já não estar aqui e que talvez nunca mais estejas e estamos a disperdiçar o tempo com ausências e medos quando tudo o que precisavamos era dormir embrolhados um no outro.
Juntos curamos tudo fazemos valer a pena, porque ainda não estás aqui e este vazio de ti me continua a sufocar.
Apetece me sair a correr até doer, até enturpecer o pensar e já não te conseguir sentir na alma a arranhar me por dentro quando convertido a este sentimento.
Preciso de adrenalina, de abraços, de elogios, de ocupaçao mental, de panico e dor para combaterem estas emoções em que me deixas.
Quero montanhas russas, quero doces, quero musica alta, quero fumo de tabaco a fazer arder os pulmoes, quero luzes a cegar, alcool, sexo, quero danças descoordenadas, quero tudo o que não me faça sentir-te, quero um mergulho gelado no Douro, quero gritar, fugir ou quero-te só a ti agora a olhar me, a adormecer-me em caricias, quero-te aqui apenas para te ver rir e me sentir amada, quero-te aqui a rasgar-me as roupas e fazeres-me tua, ou apenas aqui para eu poder ficar quieta a ouvir-te contar as tuas mil epopeias ou aquelas piadas sem graça que sempre me fazem sorrir.
Não te quero perder pois sinto que se isso acontecer muita coisa vai mudar em mim, como há dois anos mudou e nunca é pra melhor quando a gente muda por vingança, quando criamos carapaças.
Eu não fiz nada pra este amor nascer, mas faço tudo para não se acabar, mesmo sem saber como devo lutar para não te deixar partir, nem ter eu própria de partir.
Não te consigo imaginar com outros corpos, com outros nomes deitados ao teu lado na cama e no fim de contas nem a mim me imagino, só encontro lógica em nós juntos.
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