Bastava uma palavra para o mundo voltar a girar
É esta sede compulsiva de ti
Esta fome de afecto que não cessa
Esta vazio que cega, ensurdesse e cala a voz
O frio, o calor, o desalento
A apatia dos sorrisos contrapondo-se à facilidade das lágrimas
Nas paredes, no versos das músicas de sempre
O teu nome elevado ao expoente máximo da loucura,
Onde se define na indefenição de não saber se é contigo ou sem ti que não consigo viver.
Ensina-me a respirar neste passar moribundo dos dias de ausência
Neste estar sem estar
Neste gargalhar sem sentir o riso
Neste enlamear de baladas que te recordam, que me recordam de ti
Fico sem saber se ainda estás aqui, quando já nem em mim te encontro
Vejo e revejo as memórias que eram nossas
Para me certificar que no meio de tanta insanidade tu exististe em mim
Tu nasceste em mim, fizeste-me tua e fizeste me nascer em ti, criando um nós
Esse nós vago, incoerente, doente, febril mas feliz, tão feliz
Aquele nós que se fez gente por entre quilómetros de medos e oceano
E que agora não é mais que um ponto de interrogação estratégicamente colocado mesmo antes do começo da frase
Porque mesmo antes de pensar
Ou formular
Ou reformular
Antes da frase ser pergunta
Já lá está sentida e vivida aquela interrogação
Quem somos? Ainda somos? Seremos? Ou já nem sequer este misero plural tem razão de viver...
Eu e Tu ainda somos uma soma de duas pessoas que resulta numa só alma elevada ao quadrado
Mas nesta conta matemática
Somos aquela que se complica e se transforma numa daquelas equações de terceiro grau cheias algoritmos e incógnitas
As parcelas ou direi antes parceiras exteriores se dividem e multipliquam e no meio de tanto rabisco fico sem conseguir perceber o resultado
E não há calculadora que nos salve
Diz-me tu em palavras mansas que sexo é sexo e tesão é tesão mas amor será sempre amor e é mais que emoção, que qual clarificação
E que no fim deste exame de acesso a sei lá o quê
Voltaremos a descomplicar
E seremos de novo uma conta de somar elementar
Em alguma hora será hora de parar de complicar e começar a descomplicar
Nem que seja num bye bye
"Temos sempre Paris"
Até nos filmes nem sempre o final é feliz
Não vejo a minha vida sem ti
Mas tantas são as vezes em que já não a vejo contigo
Não me lembro quem sou, ou sequer se sou
Para que estou
Se todos temos uma missão qual é a minha?
Não consigo sentir fora de ti, não sei quem era antes do 3 de Dezembro daquele ano
Mas eu vivia, eu resistia e eu sorria
Eu cantava, eu amava, alegria eu snifava
Tu mudaste o meu mundo, fizeste-me pensar diferente e agora não sei o que pensar
Talvez vivesse À espera de me encontrar e me transformar
Tu surgiste do nada, por entre o nevoeiro (das luzes)
Tal cmo D. Sebastião
E foste a promessa consagrada à razão
Foste a esperança feita lição
E agora?
Pensei que fosse forte , bem mais forte
A tal coragem de leão
Mas afinal sou como papel
Frágil
Pouco ágil
Não resisto a um vento mais intenso
Que fará a balas de canhão
E isto tudo porque o tempo me rói
O coração mói
Inspira
Expira
Antes que expluda com a distância
Na anciedade de perceber se o teu abraço realmente cura
Cansada de deitar sozinha
Acordar ainda mais sozinha
Sonhar contigo e acordar sem aquele bom dia feito sussurro no ouvido
Já não me sinto uma princesa muito menos a tua princesa
Sinto-me viciada
Uma drogada
Arrastada pelo corpo e pela alma para as teis de um vicio que me destrói
O meu vicio é o teu amor
Mas a droga és tu
Não tenho fome, nem sono, nem sede, nem essas necessidades banais do comum mortal
Essas necessidades só de nós
Não apetece sair
Nem há forças para lutar
Alguém me traga uma seringa de abraços teus
Comprimidos de palavras doces
Saquetas de beijos
E me perdoem os verdadeiros agarrados, que bem sei ser mesquinho este meu dilema
Mas se amor mata eu vou morrendo e resnascendo aos poucos
A cada gesto, a cada palavra tua
Num barco contra a corrente não posso remar sozinha
Se não pegares no remo eu vou manter os braços cruzados e ficar vendo o barco ir
Vou chorar se perceber que todo o esforço foi em vão
Mas tu foste e serás sempre toda a razão do meu partir
Talvez estejas a pensar em mim, mas tens de o dizer, senão nunca vou saber
Tenho vontades, não o dom da advinhação
Apenas me assite por vezes a mestria da telepatia, mas isso apenas porque tu és tu e eu sou eu
Faz-te homem, faz-te gente e faz-me bem
Vem fazer-te presente e extremina com esta minha anciedade
Com este panico filosofico do "ser ou não ser eis a questão"
Se pudesse estaria aí
Se pudesses estarias aqui
Mas não podemos há mais compromissos que euros, mais responsabilidades laborais que cifroes na conta bancaria.
Então liga, escreve, mostra-te, fala, escuta, reenventa-te e reenventa-me
Não me deixes aqui a pensar em ti embrenhado noutros corpos , preso noutros movimentos, longe de tudo o que é certo
Faz-me tua mais uma vez, como tu sabes fazer, recorda-me quem sou e como sou
Mata-me esta vontade e instabilidade
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